O buraco do ALMA no Universo

Os eventos ocorridos durante o Big Bang foram tão cataclísmicos que deixaram uma marca indelével no tecido do cosmos. Atualmente podemos detectar essas cicatrizes através da observação da radiação mais antiga do Universo. Tendo sido criada há quase 14 mil milhões de anos, esta radiação — que existe atualmente sob a forma de radiação fraca de microondas e toma o nome de radiação cósmica de fundo (CMB, sigla do inglês para cosmic microwave background) — expandiu-se permeando todo o cosmos e enchendo-o de fotões detectáveis.

A CMB pode ser usada para investigar o cosmos através de um fenómeno chamado efeito Sunyaev-Zel´dovich (SZ), o qual foi observado pela primeira vez há cerca de 30 anos. A CMB detecta-se na Terra, uma vez que os seus fotões, de comprimentos de onda na região das microondas, viajam até nós. Ao longo da sua viagem, os fotões passam através de enxames de galáxias que contêm electrões de alta energia, os quais lhes dão um minúsculo “empurrão” energético. Detectar estes fotões que foram “empurrados” com os nossos telescópios é algo desafiante mas importante — já que estas partículas elementares podem ajudar os astrónomos a compreender algumas das propriedades fundamentais do Universo, tais como a localização e distribuição de enxames de galáxias densos.

Esta imagem mostra as primeiras medições do efeito térmico de Sunyaev-Zel´dovich obtidas com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile. Os astrónomos combinaram dados das antenas ALMA de 7 e 12 metros de diâmetro, produzindo a imagem mais nítida possível. O alvo foi um dos enxames de galáxias mais massivos conhecido, o RX J1347.5-1145, o qual se pode ver como um “buraco” escuro na imagem. As cores correspondem ao brilho — por outras palavras, ao número de fotões detectado no domínio de comprimentos de onda estudado. Zonas vermelhas, laranja e amarelas são especialmente brilhantes, as cores cyan e verde apresentam um brilho médio e o azul e violeta correspondem a brilho fraco. A distribuição de energia dos fotões da CMB desloca-se e aparece-nos como um decréscimo de temperatura nos comprimentos de onda observado pelo ALMA, daí a zona escura (tons azuis-violetas) observada no local onde se situa o enxame.

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Créditos:

ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/T. Kitayama (Toho University, Japan)/ESA/Hubble & NASA

Sobre a imagem

Id:potw1708a
Língua:pt
Tipo:Observação
Data de divulgação:20 de Fevereiro de 2017 às 06:00
Tamanho:3816 x 3559 px

Sobre o objeto

Tipo:Early Universe : Cosmology
Constellation:Virgo

Formatos de imagens

JPEG grande
2,7 MB

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195,4 KB
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Coordenadas

Position (RA):13 47 30.65
Position (Dec):-11° 45' 18.95"
Field of view:1.91 x 1.78 arcminutes
Orientação:O norte está a 130.7° à direita da vertical

Cores e filtros

BandaComprimento de ondaTelescópio
Milímetro
92 GHz
3.258613 mmAtacama Large Millimeter/submillimeter Array
Band 3
Óptico
g
475 nmHubble Space Telescope
ACS
Óptico
B
435 nmHubble Space Telescope
ACS
Óptico
V
606 nmHubble Space Telescope
ACS
Óptico
r
625 nmHubble Space Telescope
ACS
Óptico
i
775 nmHubble Space Telescope
ACS
Óptico
z
850 nmHubble Space Telescope
ACS
Infravermelho
J
1.1 μmHubble Space Telescope
WFC3
Infravermelho
H short
1.6 μmHubble Space Telescope
WFC3
Óptico
I
814 nmHubble Space Telescope
ACS
Infravermelho
J
1.1 μmHubble Space Telescope
WFC3