Interpretando o perfil de velocidade de atmosferas de exoplanetas

Com instrumentos como o CRIRES+ do VLT do ESO, os astrónomos podem seguir a velocidade das moléculas nas atmosferas de exoplanetas. Esta animação mostra o método utilizado para inferir a velocidade dos ventos em exoplanetas distantes, como por exemplo o planeta gigante gasoso WASP-127b, localizado a cerca de 520 anos-luz de distância da Terra.

Quando o planeta passa entre a sua estrela hospedeira e nós, a luz da estrela atravessa a atmosfera do planeta, onde diferentes moléculas absorvem cores ou comprimentos de onda específicos. Se estas moléculas estiverem em movimento, as cores absorvidas deslocar-se-ão para comprimentos de onda mais azuis se as moléculas estiverem a mover-se na nossa direção, ou mais vermelhos se as moléculas estiverem a afastar-se de nós.

O espectro de WASP-127b mostra um pico duplo, o que significa que parte da sua atmosfera está a mover-se na nossa direção enquanto outra parte se está a afastar de nós. Por outras palavras: há vento a circular à volta do planeta. Quanto maior for a separação em comprimento de onda entre os picos do espectro, mais rápido é o vento, que no caso de WASP-127b se move a uns impressionantes 9 km por segundo.

Uma análise mais detalhada da forma destas riscas permitiu aos astrónomos inferir que este vento rápido está, na verdade, limitado ao equador do planeta — uma corrente de jato.