Nota de Imprensa
Cerimónia de colocação da primeira pedra do Extremely Large Telescope do ESO
Início da construção da cúpula e estrutura do telescópio ELT
26 de Maio de 2017
Uma cerimónia que marcou a colocação da primeira pedra do Extremely Large Telescope do ESO (ELT) decorreu hoje na presença da Presidente da República do Chile, Michelle Bachelet Jeria. O evento teve lugar no Observatório do Paranal do ESO, no norte do Chile, perto do local onde ficará instalado o futuro telescópio gigante. Este marco assinalou o início da construção da cúpula e da estrutura principal daquele que será o maior telescópio óptico do mundo e anunciou o despertar de uma nova era na astronomia. A cerimónia marcou ainda a ligação do observatório à rede eléctrica nacional chilena.
A Presidente Bachelet foi recebida por Tim de Zeeuw, Diretor Geral do ESO, Roberto Tamai, Gestor de Programa do ELT, e Andreas Kaufer, Diretor do Observatório La Silla Paranal. Estiveram também presentes na cerimónia Aurora Williams, Ministra de Minas, Luis Felipe Céspedes, Ministro da Economia, e Andrés Rebolledo, Ministro da Energia. Estiveram ainda presentes altos dignatários do governo chileno e indústria, tanto chilenos como doutros países, assim como cientistas e engenheiros do ESO e representantes dos meios de comunicação social, locais e internacionais.
Um dos destaques da cerimónia foi a selagem de uma cápsula do tempo preparada pelo ESO, cujo conteúdo inclui um poster com fotografias do atual pessoal do ESO e uma cópia do livro que descreve os objetivos científicos do futuro telescópio. A cápsula do tempo foi selada com um hexágono de Zerodur® gravado, correspondente a um modelo feito à escala de 1/5 de um dos segmentos do espelho primário do ELT [1].
No seu discurso, a Presidente do Chile salientou: “Com o início simbólico destes trabalhos de construção, estamos aqui a construir mais do que um telescópio: trata-se sim de uma das maiores expressões das capacidades científica e tecnológica e do extraordinário potencial das cooperações internacionais."
Tim de Zeeuw agradeceu à Presidente e ao seu governo pelo apoio contínuo prestado ao ESO no Chile e pela proteção dada ao céu sem par do país:” O ELT irá fazer descobertas que simplesmente não podemos atualmente imaginar, inspirando certamente inúmeras pessoas em todo o mundo a pensarem na ciência, na tecnologia e no nosso lugar no Universo. Toda esta dinâmica trará enormes benefícios aos Estados Membros do ESO, ao Chile e ao mundo de modo geral.”
Patrick Roche, Presidente do Conselho do ESO, acrescentou: "Trata-se de um importante marco na história do ESO, já que o ELT será o mais poderoso e ambicioso telescópio do seu tipo. Conseguimos chegar até aqui graças aos esforços de muitas pessoas nos Estados Membros do ESO, no Chile e noutros lados, ao longo de muitos anos. Quero agradecer a todos e alegra-me bastante ver tantos hoje aqui connosco a celebrar esta ocasião."
Com um espelho primário de 39 metros de diâmetro, o Extremely Large Telescope (ELT) será o maior telescópio óptico/infravermelho do mundo e levará a tecnologia de telescópios a desbravar novos territórios. O telescópio ficará alojado numa enorme cúpula que rodará, de 85 metros de diâmetro — comparável à área de um campo de futebol.
Há um ano atrás, o ESO assinou um contrato com o ACe Consortium, constituído pela Astaldi, Cimolai e o sub-contratado EIE Group, para a construção da cúpula e estrutura do telescópio (eso1617). Tratou-se do maior contrato alguma vez adjudicado pelo ESO e também do maior jamais assinado para a astronomia terrestre. Com o colocar da primeira pedra, a construção da cúpula e da estrutura do ELT começa de modo oficial [2].
A cerimónia marcou igualmente a ligação dos observatórios do Cerro Paranal e do Cerro Armazones à rede eléctrica nacional chilena. Esta ligação, possível graças ao forte apoio do governo chileno, é gerida pelo Grupo SAESA chileno. A nova ligação reduzirá custos e fornecerá uma maior confiança e estabilidade, para além de diminuir a pegada de carbono no ambiente por parte do observatório.
O ELT é o mais recente de muitos projetos do ESO que beneficiaram enormemente do apoio continuado do governo do Chile, o Estado de acolhimento há mais de meio século. O forte apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do Ministério da Energia e da Comissão Nacional de Energia (CNE) foi vital no estabelecimento da ligação do local à rede eléctrica nacional.
O local onde o ELT ficará instalado foi doado ao ESO pelo governo do Chile, encontrando-se rodeado por uma concessão de terreno ainda mais alargada, de modo a proteger as futuras operações do telescópio de interferências de qualquer tipo — e contribuindo assim para que o Chile continue a manter o seu estatuto de capital astronómica do mundo.
O ELT será o maior “olho” do mundo apontado para o céu e poderá bem revolucionar a nossa perceção do Universo. Investigará um vasto domínio de desafios científicos, incluindo a procura de sinais de vida em exoplanetas do tipo terrestre, o estudo da natureza da energia escura e da matéria escura e a observação das fases iniciais do Universo, levando-nos à exploração das nossas origens cósmicas. Levantará certamente também novas questões que atualmente não imaginamos e melhorará sem sombra de dúvida a vida na Terra através de novos avanços tecnológicos e feitos de engenharia.
Prevê-se que o ELT veja a sua primeira luz em 2024. O colocar da primeira pedra marca o despertar de uma nova era na astronomia.
Notas
[1] A cerimónia, que estava planeada para o Cerro Armazones, acabou por decorrer na Residencia do Paranal, devido a ventos muitos fortes que se faziam sentir na altura no topo do Cerro Armazones.
[2] A cúpula terá uma massa total de cerca de 5000 toneladas e o suporte do telescópio e a estrutura do tubo terão uma massa total em movimento de mais de 3000 toneladas. Ambas estas estruturas serão de longe as maiores jamais construídas para um telescópio óptico/infravermelho, fazendo com que as restantes pareçam minúsculas e tornando o ELT claramente no maior olho do mundo virado para o céu.
Informações adicionais
O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é de longe o observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 16 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça, assim como pelo Chile, o país de acolhimento. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e operação de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é um parceiro principal no ALMA, o maior projeto astronómico que existe atualmente. E no Cerro Armazones, próximo do Paranal, o ESO está a construir o European Extremely Large Telescope (E-ELT) de 39 metros, que será “o maior olho do mundo virado para o céu”.
Links
- Mais informações sobre o ELT no website do ESO
- Notícias recentes e notas de imprensa sobre o ELT
- Página das FAQ do ELT
- Discurso do Diretor Geral do ESO
- Imagens e vídeos do ELT
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Sobre a Nota de Imprensa
Nº da Notícia: | eso1716pt |
Nome: | Extremely Large Telescope |
Tipo: | Unspecified : Technology : Observatory |
Facility: | Extremely Large Telescope |