Nota de Imprensa
Primeira luz da Banda 5 do ALMA
Novos recetores aumentam a capacidade do ALMA na procura de água no Universo
21 de Dezembro de 2016
O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile, começou a observar numa nova banda do espectro electromagnético, graças a novos recetores instalados nas antenas do telescópio, os quais detectam ondas rádio com comprimentos de onda entre os 1,4 e os 1,8 milímetros — uma região espectral na qual o ALMA ainda não observava. Este melhoramento permite aos astrónomos detectar fracos sinais de água no Universo próximo.
O ALMA observa o Universo em ondas rádio, a extremidade de menor energia do espectro electromagnético. Com os recentemente instalados recetores de Banda 5, o ALMA pode agora “abrir os seus olhos” a uma nova região do espectro rádio, criando assim novas possibilidades de observação.
O Cientista de Programa europeu do ALMA, Leonardo Testi, explica o significado deste melhoramento: “Os novos recetores tornarão muito mais fácil a detecção de água — um pré-requisito para a vida tal como a conhecemos — no nosso Sistema Solar, em regiões mais distantes da nossa Galáxia e para além dela. Estes recetores permitirão também ao ALMA procurar carbono ionizado no Universo primordial.”
É a localização única do ALMA, a 5000 metros de altitude no cimo do árido planalto do Chajnantor, no Chile, que torna, antes de mais nada, tais observações possíveis. Uma vez que a água também se encontra presente na atmosfera da Terra, os observatórios situados em locais menos elevados e em ambientes menos áridos têm muito mais dificuldade em identificar a origem da emissão que vem do espaço. A grande sensibilidade do ALMA, aliada à sua elevada resolução angular, implica que até os sinais muito fracos de água no Universo local conseguem observar-se nestes comprimentos de onda [1].
Os recetores de Banda 5, desenvolvidos pelo Grupo de Desenvolvimento de Recetores Avançados (GARD, acrónimo do inglês) no Observatório Espacial Onsala, Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, foram já testados no telescópio APEX, no instrumento SEPIA. Estas observações foram igualmente muito importantes para a seleção de alvos apropriados para os primeiros testes realizados com os recetores montados no ALMA.
Os primeiros recetores foram construídos e entregues ao ALMA na primeira metade de 2015 por um consórcio constituído pela NOVA (Netherlands Research School for Astronomy) e pelo GARD em parceria com o Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos da América (NRAO), que contribuiu para o projeto com o oscilador local. Estes recetores estão agora instalados e encontram-se a ser preparados para poderem ser utilizados pela comunidade astronómica.
Para testar os recetores recentemente instalados fizeram-se observações de vários objetos incluindo as galáxias em colisão Arp 220, uma região de formação estelar massiva situada próximo do centro da Via Láctea, e também uma estrela supergigante vermelha poeirenta, que está quase a atingir a fase de supernova, terminando assim a sua vida [2].
Para processar os dados e verificar a sua qualidade, astrónomos e especialistas técnicos do ESO e do Centro Regional Europeu do ALMA (ARC), reuniram-se no Observatório Espacial Onsala na Suécia, para a “Semana da Banda 5”, organizada pelo nodo nórdico do ARC [3]. Os resultados finais acabam de ser postos à disposição da comunidade astronómica mundial.
Robert Laing, membro da equipa no ESO, está otimista quanto às possibilidades que se abrem com as observações ALMA na Banda 5: “É extremamente interessante ver estes primeiros resultados da Banda 5 do ALMA, obtidos com dados colectados apenas com um conjunto limitado de antenas. No futuro, a alta sensibilidade e a resolução angular do complemento total da rede ALMA permitir-nos-á estudar detalhadamente a água numa grande variedade de objetos, incluindo estrelas em formação e evoluídas, meio interestelar e regiões próximas de buracos negros supermassivos.”
Notas
[1] Uma assinatura espectral determinante da água situa-se precisamente nesta região de comprimentos de onda — a 1,64 milímetros.
[2] As observações foram levadas a cabo e tornadas possível pela equipa de Extensão das Capacidades do ALMA, que trabalha no Chile.
[3] A equipa de Verificação Científica da Banda 5 no ESO inclui: Elizabeth Humphreys, Tony Mroczkowski, Robert Laing, Katharina Immer, Hau-Yu (Baobab) Liu, Andy Biggs, Gianni Marconi e Leonardo Testi. A equipa que trabalhou no processamento de dados incluiu: Tobia Carozzi, Simon Casey, Sabine Koenig, Ana Lopez-Sepulcre, Matthias Maercker, Ivan Marti-Vidal, Lydia Moser, Sebastien Muller, Anita Richards, Daniel Tafoya e Wouter Vlemmings.
Informações adicionais
O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma infraestrutura astronómica internacional, é uma parceria entre o ESO, a Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos (NSF) e os Institutos Nacionais de Ciências da Natureza (NINS) do Japão, em cooperação com a República do Chile. O ALMA é financiado pelo ESO em prol dos seus Estados Membros, pela NSF em cooperação com o Conselho de Investigação Nacional do Canadá (NRC) e do Conselho Nacional Científico da Ilha Formosa (NSC) e pelo NINS em cooperação com a Academia Sinica (AS) da Ilha Formosa e o Instituto de Astronomia e Ciências do Espaço da Coreia (KASI).
A construção e operação do ALMA é coordenada pelo ESO, em prol dos seus Estados Membros; pelo Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos (NRAO), que é gerido pela Associação de Universidades, Inc. (AUI), em prol da América do Norte e pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ), em prol do Leste Asiático. O Observatório ALMA (JAO) fornece uma liderança e gestão unificadas na construção, comissionamento e operação do ALMA.
O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é de longe o observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 16 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça, assim como pelo Chile, o país de acolhimento. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e operação de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é um parceiro principal no ALMA, o maior projeto astronómico que existe atualmente. E no Cerro Armazones, próximo do Paranal, o ESO está a construir o European Extremely Large Telescope (E-ELT) de 39 metros, que será “o maior olho do mundo virado para o céu”.
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Leonardo Testi
European ALMA Programme Scientist, ESO
Garching bei München, Germany
Tel: +49 89 3200 6541
Email: ltesti@eso.org
Robert Laing
ESO ALMA Scientist
Garching bei München, Germany
Tel: +49 89 3200 6625
Email: rlaing@eso.org
Richard Hook
ESO Public Information Officer
Garching bei München, Germany
Tel: +49 89 3200 6655
Telm: +49 151 1537 3591
Email: rhook@eso.org
Margarida Serote (Contacto de imprensa em Portugal)
Rede de Divulgação Científica do ESO
e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço,
Tel: +351 964951692
Email: eson-portugal@eso.org
Sobre a Nota de Imprensa
Nº da Notícia: | eso1645pt |
Nome: | Arp 220, First Light |
Tipo: | Local Universe : Galaxy : Type : Interacting |
Facility: | Atacama Large Millimeter/submillimeter Array |
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