26 de Fevereiro de 2015
Já alguma vez, ao caminhar à noite pela rua, avistou ao longe um ponto de luz? Ao princípio é difícil de avaliar se a luz provém de um automóvel, de uma bicicleta ou mesmo de uma pessoa com um lanterna. Isto acontece porque as coisas mais distantes nos parecem menos brilhantes. Assim, apesar das luzes de um automóvel serem muito mais brilhantes que de uma lanterna se o veículo estiver muito mais distante que a lanterna o seu brilho poderá parecer-nos idêntico.
Pela mesma razão, as galáxias brilhantes de um Universo muito longínquo podem ser quase impossíveis de ver quando tiramos fotografias com pouca exposição. No entanto, quando apontamos um telescópio para o céu noturno e deixamos o obturador aberto durante bastante tempo conseguimos recolher mais luz e ver os objetos mais fracos.
Foi o que os astrónomos fizeram em 1995 quando telescópio espacial Hubble apontou para uma região do céu noturno com o tamanho aproximado de uma bola de ténis como se estivesse a 100 metros de distância. Pensavam que estavam a olhar para uma região do céu completamente vazia, mas depois de olhar ininterruptamente durante 35 horas, os telescópios revelaram algo extraordinário.
A imagem contém milhares de galáxias gigantescas, cheias de estrelas nesta pequena região do espaço! Este espetacular resultado alterou completamente a nossa forma de compreender a constituição do Universo.
Mas a imagem não contém todas as respostas. Para descobrirmos mais sobre estas galáxias recém descobertas, os astrónomos tiveram que olhar para cada uma cuidadosamente com um outro tipo de câmara. Utilizaram uma câmara de nome MUSE para terem um novo olhar sobre esta zona do céu.
Para os astrónomos trabalhar com a MUSE foi como pescar em águas profundas, e com cada nova captura surgiam discussões empolgantes sobre a espécie de galáxia que tinham encontrado. As novas observações duraram 27 horas e revelaram imensas informações novas. Os astrónomos puderam calcular a distância, o movimento e os elementos químicos que centenas de galáxias distantes tinham entre elas.
Facto curioso
á se descobriram mais de 25 novas galáxias com a utilização da MUSE em relação às vistas pelo Hubble. Muitas destas galáxias têm cerca de 13 mil milhões de anos!