15 de Outubro de 2014
No início do Universo, após o Big Bang, a força da gravidade começou a juntar as partículas minúsculas de modo a formar estrelas. Milhões e milhares de milhões de estrelas estavam ligadas pela força da gravidade em grupos que chamamos de galáxias. E até mesmo a gravidade consegue manter juntas galáxias em conjuntos a que chamamos de “enxames de galáxias”.
Os enxames de galáxias são os maiores grupos de todo o Universo. Contêm centenas ou mesmo milhares de galáxias gigantescas repletas de estrelas juntamente com enormes nuvens de gás arrasadoramente quentes (até 100 milhões de graus)! A nossa galáxia com 300 milhares de milhões de estrelas parece uma pequena aldeia comparada com estas agitadas cidades cósmicas.
Esta imagem não é real mas a criação de um artista talentoso. Foi criada com base em informação real de modo a dar-nos uma visão realista deste enxame de galáxias que surgiu há 10 milhares de milhões atrás!(Dê uma leitura na crónica "Um Flash do Passado” para saber como os astrónomos olham para trás no tempo.
A imagem mostra a galáxia Teia de Aranha no centro de um enxame de galáxias. A galáxia Teia de Aranha é uma das mais antigas galáxias alguma vez descobertas e é formada por dezenas de pequenas galáxias que se estão a fundir!
Tal como um estaleiro na Terra, os enxames de galáxias são poeirentos quando estão em formação, o que dificulta a observação do seu interior. Felizmente agora temos telescópios que podem observar através da espessa neblina.
Utilizando um destes telescópios os astrónomos conseguiram observar o nascimento das estrelas dentro do enxame da Galáxia Teia de Aranha pela primeira vez. Mas os astrónomos ficaram surpreendidos com o local de formação destas estrelas.
Tal como o nome sugere a Galáxia Teia de Aranha tem muitos filamentos que se estendem desde o seu centro para fora. Os astrónomos esperavam encontrar a maioria das jovens estrelas a formarem-se no centro desta galáxia gigante. Mas, na verdade, descobriram que em vez disso, a maioria das estrelas estavam a formar-se numa única região fora do centro e dos grandes filamentos da teia!
Facto curioso
Para realizar esta descoberta, os astrónomos tiveram de enfrentar 40 horas na sala de control do telescópio no topo de uma montanha a 5 000 metros de altitude! Mais alto que o Monte Branco!