20 de Junho de 2013
Quase todas as galáxias individuais têm um gigantesco monstro no seu centro. Alguns permanecem em silêncio, escondidos na escuridão à espera que as suas próximas vítimas se aproximem. Outros alimentam-se sofregamente enquanto estamos aqui a conversar, crescem tornando-se cada vez mais massivos à medida que engolem o material arrancado da vizinhança. Estes monstros selvagens são buracos negros e quando um deles se alimenta cria um dos objetos mais brilhantes e energéticos do Universo: os núcleos galácticos ativos!
À medida que o buraco negro introduz no seu interior gás e poeira cósmica, forma um anel em forma de “donut” tal como a água a ser sugada através de um ralo. O anel à medida que vai sendo sugado, gira cada vez mais rápido, aquecendo e atingindo temperaturas incríveis. Quando isto acontece, os anéis libertam grandes e poderosos jactos de luz que são detetados pelos nossos telescópios.
Então, quando olhamos para um destes faróis brilhantes , esperamos encontrar um gigantesco buraco negro no centro de um anel quente e poeirento, mastigando o seu jantar. Não esperamos vê-lo escondido num cobertor de poeira. Mas é mesmo isso que foi observado à volta de um buraco negro ativo! A poeira fria encontra-se à temperatura ambiente, o que é muitíssimo mais frio que o resto da poeira que se encontra a cerca de 700 ºC! A poeira forma um vento frio e escuro que sopra afastando-se do buraco negro.
Esta descoberta é muito estranha — buracos negros precisam de introduzir material no seu interior de forma a alimentarem-se, mas a intensa energia que é criada à medida que o fazem dá a ideia de que estão a expulsar material! Por agora, este é outro mistério sobre estes extraordinários objetos que ainda está por resolver.
Como muitas coisas no universo—incluindo planetas, galáxias e estrelas — existem muitos tipos diferentes de núcleos galácticos ativos. No entanto muitas das “diferenças” entre eles devem-se à perspetiva que mostram quando os observamos. Por exemplo, existem os “blasares” e “quasares”, nos quais observamos o jacto a partir de cima enquanto as “Seyferts” são observadas num lado do jacto.