Aguçando Júpiter

Imagem incrível de Júpiter tirada em luz infravermelha na noite de 17 de agosto de 2008 com o protótipo do instrumento Multi-Conjugate Adaptive Optics Demonstrator (MAD) montado no Very Large Telescope do ESO. Essa foto em cores falsas é a combinação de uma série de imagens tiradas em um intervalo de tempo de cerca de 20 minutos, por meio de três filtros diferentes (2, 2,14 e 2,16 mícrons). A nitidez da imagem obtida é de cerca de 90 milisegundos de arco em todo o disco planetário, um registro real de imagens semelhantes tiradas do solo. Isso corresponde a ver detalhes de cerca de 300 km de largura na superfície do planeta gigante. A grande mancha vermelha não é visível nesta imagem, pois estava do outro lado do planeta durante as observações. As observações foram feitas em comprimentos de onda infravermelhos, onde a absorção devido ao hidrogênio e ao metano é forte. Isso explica por que as cores são diferentes de como geralmente vemos Júpiter na luz visível. Essa absorção significa que a luz pode ser refletida de volta apenas por neblinas de alta altitude, e não por nuvens mais profundas. Essas brumas ficam na parte superior muito estável da troposfera de Júpiter, onde as pressões estão entre 0,15 e 0,3 bar. A mistura é fraca dentro desta região estável, então pequenas partículas de névoa podem sobreviver por dias a anos, dependendo de seu tamanho e velocidade de queda. Além disso, perto dos pólos do planeta, uma névoa estratosférica mais elevada (regiões em azul claro) é gerada por interações com partículas aprisionadas no intenso campo magnético de Júpiter.